Considerações sobre a religião segundo a ecosofia
Resumo
O termo Ecosofia evoca a necessidade de se pensar uma nova relação entre o homem e o meio ambiente a partir de um paradigma pós-cartesiano, uma vez que sob a égide do cartesianismo subscreveu-se uma forma de dominação sobre a natureza onde a última se apresenta como “serva” do homem. Tal expressão remonta ao pensamento do ambientalista norueguês Arne Naess, fundador do movimento conhecido como Deep Ecology, o qual, entre outras características, estabelece que o problema da ecologia está além de um único campo de estudos, envolvendo o esforço coletivo de diferentes áreas, uma vez que se trata de um tema de responsabilidade de todos. Diversos pensadores podem ser incluídos no desenvolvimento daquele conceito, indo de Rousseau a Félix Guattari, a sociólogos como Michel Maffesoli e físicos como Fritjof Capra. Compreendemos, com base nos trabalhos de alguns dos seus principais teóricos, que a Ecosofia evoca a uma cosmovisão que está além das formas consensuais de combate ao desequilíbrio ambiental (os quais se instrumentalizam através de acordos e metas estabelecidas através de instituições políticas), mas que promove-se como uma filosofia naturalista de onde emergem duas tarefas a serem plenamente consolidadas, a saber, o reconhecimento da interdependência dos seres vivos entre si e em relação ao meio ambiente, e a natureza tomada enquanto origem comum de todos, ponto, este, em conflito com a tradição espiritual do Ocidente de matriz judaico-cristã.
Palavras-chave: Ecosofia. Religião. Ética.
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