Vestígios filosóficos na crônica Ir para, de Clarice Lispector
uma perspectiva existencialista sartreana
Resumo
Clarice Lispector é representante de uma escrita enigmática, subjetiva e introspectiva, pois considera o homem a partir de si mesmo e que esse, por isso, torna-se um ser para alguma coisa. Essa questão é perceptível em seus escritos que apresentam discussões que são inerentes ao homem como angústia – A paixão segundo G.H (2009), amor e desprezo – A hora da estrela (1998c), solidão – A cidade sitiada (1998d). Este presente artigo, a partir de uma crítica literária filosófica (RAVOUX-RALLO, 2005), desenvolve o conceito de liberdade na perspectiva filosófica existencialista sartreana (SARTRE, 2013) através da análise da crônica Ir para, de Clarice Lispector (2018). Essa reflexão parte da tentativa de compreender a “escolha” como uma das partes fundamentais das questões essenciais da vida humana: livre, o homem vai ao encontro de si mesmo.
Referências
GOTLIB, Nadia. Um fio de voz: histórias de Clarice. In: LISPECTOR, C. A paixão segundo G.H. Ed. Crítica. Paris: Association Archives de la littérature latino-américaine, des cairibes et africaine du XXéme siècle. Brasilía: CNPq, 1988.
LISPECTOR, Clarice. Água Viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998a.
___. Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998b.
___. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998c.
___. A cidade sitiada. Rio de Janeiro: Rocco, 1998d.
___. Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
___. A paixão segundo G.H.. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
___. Todas as crônicas. Organização Pedro Karp Vasquez. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.
MEIRELES, Cecília. Ou isto, ou aquilo. Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/1725/ou-isto-ou-aquilo. Acesso em 17 de setembro de 2021.
SILVA, Franklin Leopoldo e. Sartre. In: PECORARO, Rossano (org.). Os filósofos: clássicos da filosofia. Vol. III: de Ortega y Gasset a Vattimo. Petrópolis: Vozes, PUC-Rio, 2009.
MOSER. Benjamin. Clarice, uma biografia. Tradução de José Geraldo Couto. 1ª Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
RAVOUX-RALLO, Élisabeth. Caminhos novamente percorridos e novos caminhos. In: ___. Métodos de crítica literária. Tradução Ivone C. Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2005. (Leitura e Crítica).
REALI, Geovane; ANTISERI, Dario. História da filosofia. Vol. 6: De Nietzsche à Escola de Frankfurt. São Paulo: Paulus, 2005.
ROVIGHI, Sofia Vanni. História da Filosofia contemporânea: do século XIX à neoescolástica. Tradução de Ana Pareschi Capovilla. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. Tradução de Paulo Perdigão. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
___. A Náusea. Tradução Antônio Coimbra Martins. Portugal: Editora Europa-América, 2003.
___. O existencialismo é um humanismo. Petrópolis: Vozes, 1970. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/sugestao_leitura/filosofia/texto_pdf/existencialismo.pdf. Acesso em: 17 de setembro de 2021.
SILVA, Jonatan. As muitas Clarices: uma conversa com a escritora e ensaísta carioca Vilma Arêas, autora do livro Clarice Lispector com a Ponta dos Dedos. Disponível em: https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Noticia/Muitas-Clarices. Acesso em: 17 de setembro de 2021.
Os autores devem estar cientes que o ato de submeter seus textos originais para a Revista Filoteológica implica na transferência dos seus direitos de publicação impressa e digital. O(s) autor(es), entretanto, permanece(m) responsável(is) pelo conteúdo do artigo publicado na revista.
O conteúdo e as opiniões expressos pelos autores nos seus textos são de sua exclusiva responsabilidade, não representando necessariamente a opinião dos membros da Comissão Editorial da Revista. Os editores da revista não aceitam qualquer responsabilidade legal por erros e omissões que possam ter ocorrido ou que venham a ser identificados.
Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação.
Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original.
Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.